quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Deletério


De tudo aquilo que se pode oferecer do amor, o ciúme deve ser o mais deletério. É o que deve haver de menos nobre nisso tudo. Um gostar errado, egoísta, censurável, prisioneiro.

Ofereço aquilo que eu acredito ser a maior expressão do amor, a liberdade.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Bom dia, eu te amo!

Porque ela era proibida, eu fingia que dormia. Frente a ela, cara a cara, eu espiava com os olhos entreabertos. Não que eu fosse boa em disfarçar, porque a esse ponto todo mundo já sabia daquilo que eu ainda negava. Mas se eu tinha alguma chance, então eu ia tentar, desafiando a boa moral.

Se no dia seguinte voltei ao mesmo quarto, foi por sentir-me tomada por ela. Incontrolável, irreprimível.

Qualquer coisa se tornava desculpa para encosta-me a ela. Acarinhava seu cabelo, estralava-lhe os dedos, entrelaçava as pernas em um jogo qualquer. Se ela sentia sede, embriagava-lhe de vinho, sem maldade, desejo puro. Puro desejo, DOIDO desejo.

Quase manhã, quando desistimos de tudo. Porque já não cabia em mim, porque já não era eu, porque me perdi nela, porque me encontrei nela; cedemos. Bom dia, eu te amo!