domingo, 5 de agosto de 2012

sobre o fim do domingo e a saudade que me deu daquele cara

no finzinho do domingo eis que bate uma saudade morna, daquele cara que eu nem falo mais. não vejo, não falo, não tenho notícias. ele decidiu se afastar, e eu decidi não repetir o filme que eu já vi passar outras vezes. se quer ir, um beijo - eu não não corto os pulsos por ninguém. escondo as fotos, disfarço as dores, olho pra frente e dou risada das vezes que seu nome passa pela minha boca sem querer. mas no finzinho desse domingo, o peito apertado quase não cabia aqui dentro de mim. a saudade mandou lembranças e eu me afoguei um pouquinho entre os soluços que fui engolindo. não chorei, não. não tenho mais idade pra chorar, nem pra achar que isso é pra sempre. passa, eu sei que passa, e volta vestido de outro alguém, essa mesma saudade. pensei em ligar, em escrever, em pedir notícias. e pensei por fim, que nada adianta. você me disse pra deixar a vida decidir, e a vida decidiu seguir, e só num finzinho de domingo vir aqui me alfinetar com algumas saudades e solidões.