quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Para o amor que não volta

resolvi ter mais uma overdose de você. olhei fotos antigas, vasculhei sua página abandonada numa rede social qualquer, reli e-mails. se não tivesse queimado suas cartas e bilhetes, teria lido um por um - mas não me arrependo. ouvi nossas músicas, mesmo aquelas que me lembram você depois de ter me deixado. a aliança com seu nome gravado não saiu do meu dedo por toda essa semana. não tirei, porque me espanta a saudade de ter você por perto, e por motivo ridículo (engordei com certeza, o anel já não sai do meu anelar com tanta facilidade). voltei a te desejar bons sonhos, todas as noites antes de dormir. olho seu nome tatuado em meu braço, e curto a dor aguda que dá no peito. não, eu não peço pro universo te trazer de volta. não foi ele quem te levou, foi você quem quis ir. então eu desejo que você esteja bem e tenha feito a escolha certa. eu continuo por aqui, me despejando em braços e abraços que não os seus, enganando a alma e amenizando os dias. ainda te amando.

domingo, 21 de outubro de 2012

Sobre os anjos, que cuidam dos amores.

Os anos passam, e você se dá conta de que amor, é pra vida toda. Num fim de semana qualquer você pega pensando nela, aflita, com o peito apertado. Sem nenhuma explicação, você pede pra um anjo qualquer, que olhe por ela, que cuide dos seus passos, que guarde seu caminho. Sem nenhum porque, você só precisa saber que ela está bem, torce pra que ela esteja feliz. Mais que você. Depois, descobre que enquanto você rezava por ela sem motivo qualquer, ela passou por apuros, mas seu anjo fez um bom trabalho.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

sobre o amor que fica

A vida segue e a gente sobrevive a mil e uma decepções. Já não se chora pelos rompimentos, pelas ausências, pelas projeções, pelo abandono. Já não se fala mais em nada daquilo que nos separou, nem ninguém insiste em recomeço. Depois do tempo inevitável de luto, a gente aprende tanta coisa, conhece tanto caminho, encontra tanto lugar, que reaprende a continuar sem aquela que foi embora. Mesmo assim é sempre bom ver de novo e de perto o sorriso de quem a gente vai amar pra sempre.

domingo, 5 de agosto de 2012

sobre o fim do domingo e a saudade que me deu daquele cara

no finzinho do domingo eis que bate uma saudade morna, daquele cara que eu nem falo mais. não vejo, não falo, não tenho notícias. ele decidiu se afastar, e eu decidi não repetir o filme que eu já vi passar outras vezes. se quer ir, um beijo - eu não não corto os pulsos por ninguém. escondo as fotos, disfarço as dores, olho pra frente e dou risada das vezes que seu nome passa pela minha boca sem querer. mas no finzinho desse domingo, o peito apertado quase não cabia aqui dentro de mim. a saudade mandou lembranças e eu me afoguei um pouquinho entre os soluços que fui engolindo. não chorei, não. não tenho mais idade pra chorar, nem pra achar que isso é pra sempre. passa, eu sei que passa, e volta vestido de outro alguém, essa mesma saudade. pensei em ligar, em escrever, em pedir notícias. e pensei por fim, que nada adianta. você me disse pra deixar a vida decidir, e a vida decidiu seguir, e só num finzinho de domingo vir aqui me alfinetar com algumas saudades e solidões.

terça-feira, 19 de junho de 2012

sobre os (não)quereres

Essa minha vontade de devorar o mundo, ainda me faz morrer engasgada. Todos esses meus quereres, minhas ânsias, que me fazem querer ir tão longe, me deixam tão paralisada. O céu desaba sobre a minha cabeça e leva qualquer vontade de olhar pra frente. Quando eu me afogo entre todas as coisas que eu quero muito e todo o tempo que é nenhum. São as respostas que eu procuro, o sentido das coisas, e as pilhas de coisas que pouco importam, que eu tropeço pelo caminho. Eu tento juntar os pedaços, e os cacos de mim, e os restos de vontades; tento abrir as portas e as janelas, derrubar os muros e erguer as pontes, quando na verdade, eu sinto que quase perdi o fio que prende aqui. Porque eu mesma acho que perdi o freio, as chaves, o eu.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

e depois de acordar do teu lado, outra vez, tanto tempo depois, e a sensação de que todo o tempo que passou foi só um pesadelo, e que você ainda é um sonho bom, me faz sorrir entre as cobertas e a chuva e o frio dessa cidade cinza, pensando um "meu deus, obrigada", por sentir outra vez a felicidade de dividir meu mundo-cama-cobertor-mal-humor-corpo-sorriso quase sem ponto ou vírgula ou nada mesmo que só um pouco mais

quarta-feira, 18 de abril de 2012

a taça de vinho - ou o jeito fácil-clichê de encarar as coisas



ele chegou naquela hora em que tinha que chegar. porque dizem por aí que nada acontece por acaso, e por mais clichê que possa soar isso, só pode ser verdade.

um dia ele apareceu com vinho e taças.

o mundo dela, que andava de pernas pro ar, não entrou no eixo, nem virou um paraíso ou conto de fadas... seguiu com seus barrancos, trancos e abismos emocionais como o mundo de qualquer moça, por mais moderna que seja a tal.
mesmo assim, o abismo se fez um pouco menor. ele era o tipo de cara leve, daqueles que são todo sorriso.

no mais, ele enfeitava as noites dela, ainda que ela de fato nada esperasse dele. e de nada esperar, era fácil levar os dias.

a certa altura, uma das taças que ele levara trincou. e daí já se imagina o resto.
só podia mesmo ser um sinal de que chegara a hora dele sair do mundo dela.
porque assim como se chega, também se vai na hora certa. clichê e verdadeiramente uma pena, mas deve também ser verdade. ainda que não faça muito sentido agora.

sábado, 17 de março de 2012

sorte

as ruas da vila buarque hoje pareciam uma poesia. parecia que tudo dançava.
achei que ter a chance de caminhar numa rua tão em festa só podia ser sorte. era um convite a jogar na loteria.

sexta-feira, 16 de março de 2012

caos

quando você encontra todas as respostas, tem um sorriso bobo estampado no rosto, e tudo na ponta da língua. o universo parece uma besteira qualquer, quando você descobriu o sentido das coisas.
e em três segundos, você esqueceu. nada mais passa na sua cabeça. a mente se aquieta e é tomada por um silêncio que antecede a angústia de ter tudo nas mãos e ver desmoronar.
quase um castigo por alcançar o sagrado usando o profano.
toma um banho quente e tenta dormir. o mundo voltou à bestialidade cotidiana, e você não passa de um besta a mais, procurando socorro.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Natashi

amiga, sei que você é um presente nesse meu caminho. e mesmo que você não saiba, eu sinto que o tempo todo você me enche de luz.
acordei feliz e tive um dia bom. não sei porque justo agora foi me bater essa falta de fé. me manda uma luz?
pensei que se eu tivesse um pouco mais de loucura, fugia pra tua casa agora, pra tomar banho na cachoeira...

beijo dessa sua amiga tão perdida. acho que preciso ouvir mais pra me encontrar nesse universo.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

enquanto você sai de fininho

a gente se pega mesmo? se pega ainda?
porque eu nunca mais vi você acordar do meu lado, muito menos deitar pra dormir comigo.
nunca mais vi você na pia do meu banheiro, fazendo a barba. nem te espiei mais fazendo isso e morri de achar um charme.
não vi teu corte de cabelo novo, você não passa mais aquele perfume que eu gosto muito (que você ganhou da ex-namorada). não manda mais três mil e-mails durante a tarde com vídeos de gatinhos e cãezinhos engraçados, nem conversa comigo pela internet até a hora de não aguentar de sono.
e eu não me contento em ganhar um sms de "bom dia" e outro de "boa noite", mesmo que todos os dias.

eu podia sim, sair correndo, ir atrás de você, pedir pra você continuar aqui no meu mundo, não sair assim de fininho. e então pedir pra você decidir se fode ou sai de cima. podia te pedir pra ficar, se eu ainda tivesse alguma voz.
mas sabe o que é, já apanhei bastante, dei muito murro em ponta de faca. e eu sei, você não tem nada com isso. mas pra ser bem sincera, eu prefiro evitar qualquer brecha.

ainda assim, eu continuo achando lindo, lindo mesmo, você pelo espelho, enquanto tira a barba.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

remendo

acho que você sabe concertar as coisas.
e da mesma forma como pode embrutecer, tem uma doçura que nem te cabe.
é bom te ter aqui no meu mundo um tempo a mais.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

descaminho

e no meio desse descaminho, eu já me prometi, que se não for muito doce e leve, não vem comigo.
se começa a doer, incomodar, ser pedra no sapato, estragar meu sono; então pode ficar por aí. e se eu fizer isso, na boa, me faça um favor, e me deixe na beira da estrada.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

talvez

ainda é cedo e arriscado tentar chegar à alguma conclusão, mas depois de te ver roubar uma coca-cola, passar uma tarde inteira de ponta cabeça com você, e ficar torcendo pra você fazer a barba, só porque eu acho sexy te ver fazendo isso; ontem, antes de dormir, com a janela aberta, olhando o céu limpinho e claro com a lua cheia, eu pensei que, sei lá, que você tem um espaço especial em mim.

não pela lua cheia, pela coca-cola ou pela barba, eu cheguei a essa possível conclusão.
pela vontade que dá de ficar te olhando dormir, e pela vontade que dá de decretar feriado, só pra você não ter que ir trabalhar e ficar por aqui...

sábado, 4 de fevereiro de 2012

e você trouxe.

o que eu mais gosto em você é esse seu jeito de meninão, bobo, sorriso aberto, como se o mundo todo fosse perfeito.
desse seu jeito de sorrir pra vida, satisfeito. com a tranquilidade de fazer o que gosta e saber o que quer.
seu otimismo que não se abala com as coisas, enquanto eu penso seriamente em dar um tiro na cabeça.
suas certezas, quase como se não houvessem outros caminhos, e tudo fosse assim, determinado, não há porque fugir daqui.
gosto porque você me parece seguro, embora assustado com a minha impaciência, inconstância, ansiedade.
gosto porque somos avessos e porque acho que gosto de ver você tentar pôr juízo em mim.
porque você me olha como quem está em choque, e eu acho que gosto de te chocar e ir de encontro com tudo aquilo que você julga imutável.
fora isso, porque você chegou no meu mundo quando ele todo de cabeça pra baixo, não via a hora colidir com uma órbita que trouxesse um pouco de paz.

e você trouxe.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

do reencontro - ou sobre nossos caminhos

e finalmente, eu olhei pra você, te vi linda, feliz, de bem; e me senti também feliz por nós. por um "nós" que há tempos não se conjuga junto, lado a lado. mas por um nós que caminha diferente, separado e melhor assim.
feliz por te ver de perto, te ver sorrindo, e saber que você fez a escolha certa e segue feliz.
feliz por mim, que aprendi a seguir, continuei meu caminho, entendi que meu sorriso não depende de nada além do meu querer.
por saber que alguém especial como você passou por aqui, derrubou meu mundo e depois de eu reconstruir ele todo, ainda sou capaz de me desarmar outra vez e pagar pra ver outro alguém vir aqui e derrubar tudo de novo.

um bom caminho pra gente, e que nossos universos tão diferentes de vez em quando se encontrem por aí.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

palpite

aí eu me pego pensando em você enquanto ouço a chuva cair de fininho lá fora.
boto pra tocar no youtube aquela música da década passada, que faz eu me sentir mais ridícula e pessoa comum, "to com saudade de você debaixo do meu cobertor..."
e fico pensando que você caiu do céu, como minha possibilidade de sorriso leve, abraço apertado, arrepio no corpo, sem dor, encheção de saco, cobrança.
"to com saudade de você, censurando o meu vestido..."
logo você, que me fez repensar aquilo que eu já achava certo, e admitir que um cara em minha vida não é tão nonsense quanto eu imaginava.
"e aí, o amor pode acontecer, de novo pra você, palpite."