terça-feira, 19 de junho de 2012
sobre os (não)quereres
Essa minha vontade de devorar o mundo, ainda me faz morrer engasgada.
Todos esses meus quereres, minhas ânsias, que me fazem querer ir tão longe, me deixam tão paralisada.
O céu desaba sobre a minha cabeça e leva qualquer vontade de olhar pra frente. Quando eu me afogo entre todas as coisas que eu quero muito e todo o tempo que é nenhum.
São as respostas que eu procuro, o sentido das coisas, e as pilhas de coisas que pouco importam, que eu tropeço pelo caminho.
Eu tento juntar os pedaços, e os cacos de mim, e os restos de vontades; tento abrir as portas e as janelas, derrubar os muros e erguer as pontes, quando na verdade, eu sinto que quase perdi o fio que prende aqui.
Porque eu mesma acho que perdi o freio, as chaves, o eu.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
e depois de acordar do teu lado, outra vez, tanto tempo depois, e a sensação de que todo o tempo que passou foi só um pesadelo, e que você ainda é um sonho bom, me faz sorrir entre as cobertas e a chuva e o frio dessa cidade cinza, pensando um "meu deus, obrigada", por sentir outra vez a felicidade de dividir meu mundo-cama-cobertor-mal-humor-corpo-sorriso quase sem ponto ou vírgula ou nada
mesmo que só um pouco mais
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