Doeu muito quando a Letícia foi embora. Demorei pra me reconstruir e deixar o barco seguir. Tinha certo pra mim que não iria deixar tempestade nenhuma virar meu barco outra vez.
Errei. E descobri que eu ainda era capaz de gostar de alguém, depois de tanta coisa ter dado errado, tanto murro em ponta de faca, tanto barulho, trovão e ventania.
Com muito medo, anos depois e depois de experimentar um tanto de gente sem qualquer pretensão de ir em qualquer correnteza, me vi aportando. Aportando e apostando que (será, meu Deus?), vou fazer daqui meu porto seguro.
Errei outra vez. E lembrei outra vez da primeira vez que me afoguei.
Entendi que preciso voltar pro meu barco, deixá-lo correr solto. E se for a vontade do mar, outro dia outro porto.
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