Aquele olhar sem expressão, quase tédio. Não todo tédio, porque parte caía como indiferença. Daquele olhar de gente que se cruza pela rua e não se conhece, que se esbarra e pede desculpa por obrigação.
Os olhos dela deixavam claro que eu já não morava ali. Que há tempos, ela havia me matado. E acredite, ver-se morta nos olhos de alguém, é convite a suicídio.
Um dia aqueles olhos tiveram brilho e graça e olhavam nos meus. Naquele dia, eles estavam ali só pra me ferir, e olhando pra mim como quem olha para uma parede, se despediram. Foi a última vez em que a vi.
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