sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Pretensão

Era pretensiosa. Queria da vida o que de melhor ela tivesse.
Queria vasos sempre com flores, domingos sempre de sol e noites sempre estreladas.
Queria sorrisos e olhos brilhantes, queria o frio na barriga e a curiosidade andando sempre com ela, para que o tédio nunca se aproximasse.
Queria paredes com muitas fotos, travesseiros macios e lençol sempre esticado.
Dos amores, queria que fossem sempre amáveis, e que sempre houvesse uma música que soubessem contá-los.
Não queria nunca a metade de nada. Não se contentava com partes, pedaços ou sobras.
Não queria meias-certezas, meias-verdades, meios-amores...
Mas como eu disse, ela era pretensiosa. Porque nada é sempre assim, e não dá pra esperar sempre o melhor das coisas.

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