terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Que você volte. Ou que chegue o fim do mundo.

Eu fico inventando pra mim, dias onde ela ainda está aqui. Porque ela era a minha possibilidade de paz.
Às vezes meu amor oscilava, e dias eu a amava mais, dias eu a amava menos. Quando eu a amava mais, mais do que me era possível, mais do que cabia em mim, ela foi embora. Quando eu não sabia o que fazer com aquilo que não mais cabia em mim, nem era possível guardar, esconder, dividir com outras.
Hoje eu fico pensando que eu desesperadamente não quero te apagar, ainda que você me doa ao longo do dia, como uma fisgada no peito ou um nó na garganta. E sinto medo de ver se perder dia após dia, deixar de fazer sentido, cada lembrança boa.
Porque eu queria te guardar como uma coisa boa, com uma leveza de dias de sol - mas vai ficando só a saudade, e vou esquecendo porque mesmo você me dói tanto.

Eu lembro das tardes todas daquele abril e maio, quando você ainda era mistério, e eu fui desvendando e aprendendo a amar.
Quando junho chegou, eu te amava mais do que podia e ainda não sabia, mas já achava. E te disse até, que eu achava que te amava. Levou três meses pra eu saber que era você.

Três meses que você foi embora e eu não consegui te deixar ir. E descobri que leva muito mais tempo pra desamar que para amar. E eu não consigo te matar. Nem quero.

O seu lugar, ainda é seu. Que você volte pra ele. Ou que chegue o fim do mundo.


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